24 julho 2011

Amy Winehouse: Tragédia Anunciada

Até a própria família não se surpreendeu. Os pais de Amy Winehouse disseram claramente que esperavam a morte precoce de sua filha por causa de seu envolvimento com drogas e álcool. Creio que todos os seus fãs também, no mínimo, pressentiam que ela não acabaria bem. E agora, numa homenagem descabida, junto com flores, velas e cartazes, eles estão deixando bebidas alcoólicas para ela, num peigi montado diante de sua casa.

Ou seja, eles simplesmente estão afirmando que aceitavam seu comportamento esdrúxulo e desregrado.

Com essa atitude, os fãs da cantora estão mostrando o extremo egoísmo do ser humano. O bicho-homem quer ver, assistir, ouvir, conhecer os dramas das celebridades. Quer assunto para comentar, principalmente quando o comportamento da celebridade em questão é polêmico e/ou estranho, descabido. Os fãs se regozijam quando a pessoa em destaque na mídia dá uma escorregadela. E entra em êxtase quando ela cai.

Porém, ninguém toma nenhuma atitude para tentar salvar aquele outro ser humano que, por algum motivo, está sob as luzes dos holofotes. Ninguém quer, realmente, saber as razões que levam essa pessoa a desenvolver tal ou qual comportamento, ninguém se preocupa com o motivo – ou os motivos – que a levaram a apelar para as drogas, a buscar o mundo da fantasia em troca de uma realidade que, com certeza, ela não estava conseguindo suportar.

São incontáveis os exemplo... Tantos astros talentosos degringolaram e terminaram seus dias vítimas de overdoses, acabaram por cometer suicídio, às vezes de forma ainda mais violenta...

Depois da tragédia, choro e velas. Antes de acontecer, nada foi feito. Talvez – e insisto, talvez – os pais de Amy tenham tentado lutar. Porém, no meu entender, foi uma luta um tanto débil, pois parecia ser muito mais importante que ela permanecesse nos palcos e sob os holofotes, do que estar efetivamente trancada e segura numa clínica de recuperação. Nem que fosse preciso amarrá-la ao leito, pois se a família já estava esperando a tragédia, bem poderia ter tomado providências mais drásticas para impedir esse desfecho.

Amy Winehouse não agüentou este mundo, não conseguiu administrar o próprio universo.

Mais um talento perdido para as drogas, sejam elas quais sejam.

Na mesa de estudos estratégicos dessa guerra, mais uma baixa. Mais uma batalha perdida.

Esta aparece em todos os jornais. Foi uma celebridade que morreu. Mas quantos jovens anônimos não morrem precocemente pelo mesmo motivo e ninguém fica sabendo?

A droga é, sem a menor sombra de dúvida, o câncer da sociedade. Um câncer que está eliminando nossos filhos, nossos amigos, nossos ídolos. Um câncer que precisa ser extirpado.

Essa guerra é nossa, não apenas do governo. É em casa que temos de travar a maior batalha. Conversando, exigindo, proibindo, cuidando... Até mesmo tomando atitudes drásticas.

As pessoas gozam, até biblicamente, do direito ao livre arbítrio. Cada um faz suas escolhas. Mas temos de ter a consciência tranquila e temos de poder dizer: “Fiz tudo o que podia. Ele é que não quis...”

E temos de lembrar que a overdose, nem sempre, foi algo desejado pelo viciado. Pode ter sido – e na maioria das vezes é – um simples acidente de percurso.

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24 julho 2011

Amy Winehouse: Tragédia Anunciada

Até a própria família não se surpreendeu. Os pais de Amy Winehouse disseram claramente que esperavam a morte precoce de sua filha por causa de seu envolvimento com drogas e álcool. Creio que todos os seus fãs também, no mínimo, pressentiam que ela não acabaria bem. E agora, numa homenagem descabida, junto com flores, velas e cartazes, eles estão deixando bebidas alcoólicas para ela, num peigi montado diante de sua casa.

Ou seja, eles simplesmente estão afirmando que aceitavam seu comportamento esdrúxulo e desregrado.

Com essa atitude, os fãs da cantora estão mostrando o extremo egoísmo do ser humano. O bicho-homem quer ver, assistir, ouvir, conhecer os dramas das celebridades. Quer assunto para comentar, principalmente quando o comportamento da celebridade em questão é polêmico e/ou estranho, descabido. Os fãs se regozijam quando a pessoa em destaque na mídia dá uma escorregadela. E entra em êxtase quando ela cai.

Porém, ninguém toma nenhuma atitude para tentar salvar aquele outro ser humano que, por algum motivo, está sob as luzes dos holofotes. Ninguém quer, realmente, saber as razões que levam essa pessoa a desenvolver tal ou qual comportamento, ninguém se preocupa com o motivo – ou os motivos – que a levaram a apelar para as drogas, a buscar o mundo da fantasia em troca de uma realidade que, com certeza, ela não estava conseguindo suportar.

São incontáveis os exemplo... Tantos astros talentosos degringolaram e terminaram seus dias vítimas de overdoses, acabaram por cometer suicídio, às vezes de forma ainda mais violenta...

Depois da tragédia, choro e velas. Antes de acontecer, nada foi feito. Talvez – e insisto, talvez – os pais de Amy tenham tentado lutar. Porém, no meu entender, foi uma luta um tanto débil, pois parecia ser muito mais importante que ela permanecesse nos palcos e sob os holofotes, do que estar efetivamente trancada e segura numa clínica de recuperação. Nem que fosse preciso amarrá-la ao leito, pois se a família já estava esperando a tragédia, bem poderia ter tomado providências mais drásticas para impedir esse desfecho.

Amy Winehouse não agüentou este mundo, não conseguiu administrar o próprio universo.

Mais um talento perdido para as drogas, sejam elas quais sejam.

Na mesa de estudos estratégicos dessa guerra, mais uma baixa. Mais uma batalha perdida.

Esta aparece em todos os jornais. Foi uma celebridade que morreu. Mas quantos jovens anônimos não morrem precocemente pelo mesmo motivo e ninguém fica sabendo?

A droga é, sem a menor sombra de dúvida, o câncer da sociedade. Um câncer que está eliminando nossos filhos, nossos amigos, nossos ídolos. Um câncer que precisa ser extirpado.

Essa guerra é nossa, não apenas do governo. É em casa que temos de travar a maior batalha. Conversando, exigindo, proibindo, cuidando... Até mesmo tomando atitudes drásticas.

As pessoas gozam, até biblicamente, do direito ao livre arbítrio. Cada um faz suas escolhas. Mas temos de ter a consciência tranquila e temos de poder dizer: “Fiz tudo o que podia. Ele é que não quis...”

E temos de lembrar que a overdose, nem sempre, foi algo desejado pelo viciado. Pode ter sido – e na maioria das vezes é – um simples acidente de percurso.

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